Elas precisam ser vistas como crianças, mas sem ignorar seu talento especial
Publicado em 10/10/2008
DISPONIVEL EM: http://www.minhavida.com.br/conteudo/3570-Entenda-como-funciona-a-mente-das-criancas-superdotadas.htm
Elas enxergam o mundo com olhos diferentes e possuem um desenvolvimento moral que causa inveja a muitos adultos. Os casos de crianças superdotadas são mais comuns do que as pessoas imaginam e estão longe de ser um bicho de sete cabeças, principalmente quando acompanhados por profissionais.
O mais importante para entender e interagir com essas crianças é não esquecer a idade que elas apresentam, só assim o tratamento consegue ser correto. A responsável pelo Instituto de Otimização da Aprendizagem (INODAP), Maria Lúcia Prado Sabatella, tira todas as dúvidas e esclarece o que significa esse talento especial.
O que são crianças superdotadas?
"Crianças superdotadas primeiramente são crianças e, depois, superdotadas", explica Maria Lúcia Prado Sabatella. A especialista ressalta que só quando as pessoas deixam o lado superdotado para segundo plano e se preocupam mais com a criança conseguem entender como funciona a mente de um superdotado.
"Essas crianças são iguais a todas as outras em seu desenvolvimento motor e neurológico. O que acontece é que o desenvolvimento mental é foge à sintonia das demais. Seu desenvolvimento intelectual e emocional normalmente não é compatível com a sua idade o que gera uma discrepância em relação aos seus colegas: eles podem ser muito hábeis em ciências e não se interessar pelas demais disciplinas curriculares, por exemplo, podem tirar notas baixas ou não gostar do estudo formal", afirma a especialista.
Como vivem essas crianças?
Crianças com dons especiais para aprendizagem desenvolvem quase todas as funções intelectuais em níveis diferenciados, por isso apresentam algumas diferenças de comportamento diante das outras. "Justamente por terem o desenvolvimento cognitivo, a aprendizagem e quase todas as funções intelectuais em níveis diferenciados, elas conseguem brincar como crianças comuns, mas quando vão conversar, deduzir ou chegar a conclusões, as demais crianças não as entendem e isso também acontece com os professores", diz a especialista .
Elas fazem as mesmas coisas que normalmente são adequadas a sua idade. O desenvolvimento moral, porém, é tão avançado que seus critérios e julgamentos estão além de muitos adultos. "Talvez seja por isso que não façam coisas que desafiem as leis, lesem pessoas ou desagradem os demais. Há um sentido de justiça e igualdade maior que o encontrado na maioria dos adultos". Existe uma escola especifica para essas crianças? "A escola específica para essas crianças é aquela onde devem ser respeitadas as necessidades educacionais especiais de cada uma delas, onde elas estão inseridas legalmente", diz Maria Lúcia Prado. "Essas crianças, como especiais, precisam de atenção e de cuidados educacionais adequados à sua condição."
A escola para se tornar ideal tem de atender todas as necessidades dessas crianças. "Elas precisam apresentar flexibilização curricular para as que já dominam alguns conteúdos que estão sendo abordados e adequação nas avaliações que, muitas vezes, priorizam a progressão de série."
Como e com quantos anos podemos perceber que uma criança é superdotada? Descobrir que uma criança é superdotada não é tão difícil. Os pais facilmente percebem uma grande diferença na forma que a criança se comporta e nas atitudes que ela apresenta. Os testes de QI também são uma opção, mas não são o único instrumento para esses casos.
"Os testes de QI são padronizados no Brasil para serem feitos depois dos 6 anos. Mas como é uma medida que não abrange todas as áreas da inteligência e não são feitos para mensurar a superdotação, não passam de um instrumento no meio de um processo muito mais amplo de avaliação. No INODAP estamos percebendo cada vez mais, os pais e escolas encaminharem crianças muito pequenas".
Não há idade para detectar a superdotação, mas desde os 2 anos já é possível observar as grandes diferenças apresentadas por essas crianças. "Nós preferimos que seja a partir dos 3 anos, quando a criança já está iniciando a vivência escolar e é facilmente percebido a sua diferença em relação aos demais,embora os professores ainda não vejam isso. Mas existem casos de crianças que são "diagnosticadas" antes disso, já que os pais se espantam com as diferenças apresentadas.
Algumas crianças estão sendo avaliadas com 2 anos a dois e meio, em procedimentos informais e comparativos. São conclusivos e não mudam com o passar da idade. Normalmente solicitamos que no início do ensino fundamental elas voltem para complementar áreas de avaliação incompatíveis de serem avaliadas em idade muito precoce , explica Maria Lúcia Prado.
Como os pais devem reagir diante dessa situação?
Procurar apoio e orientação de profissionais que entendam e tenham habilitação nessa área. Quanto antes estiverem informados melhor poderão entender as diferenças e necessidades de seus filho e conduzi-los adequadamente. Somente a orientação correta dará informação para saber que essa criança é normal e apenas precisa de um entendimento mais correto.
Como crianças superdotadas precisam ser tratadas?
Não existe nenhum tratamento clinico já que não estamos falamos de uma doença, como explica Maria Lúcia Prado. "O tratamento clínico não é necessário nem é adequado. Superdotados precisam apenas conhecer seu potencial e sua condição particular intelectual. Não necessitam de tratamento, pois é uma condição do indivíduo, e não uma patologia".
A falta de informação pode causar problemas?
Normalmente, o desconhecimento da superdotação gera indivíduos insatisfeitos, inseguros, desestimulados com a escola, ou que desistem dessa parte acadêmica, além de outros problemas, como explica a especialista. "Crianças superdotadas que não possuem as informações necessárias para entender o seu lado diferente se transformam em crianças frustradas por não encontrarem desafios compatíveis com sua inteligência e podem ser vistas como desatentas, dispersivas, desmotivadas e, principalmente nos dias de hoje, como portadores de transtornos. O mais comum é o TDAH o transtorno de déficit de atenção com hiperatividade"
O maior problema é que muitas dessas mentes brilhantes têm sido tratadas com medicação do modismo atual. "O que acontece é que inúmeros comportamentos do indivíduo hiperativo são semelhantes a características comportamentais do superdotado. Não há exame clínico para diagnosticar um hiperativo e isso é feito por check list. Como os médicos ou neurologistas não conhecem a superdotação, estão medicando todos os que se enquadram na lista de comportamentos". .
O mais importante para entender e interagir com essas crianças é não esquecer a idade que elas apresentam, só assim o tratamento consegue ser correto. A responsável pelo Instituto de Otimização da Aprendizagem (INODAP), Maria Lúcia Prado Sabatella, tira todas as dúvidas e esclarece o que significa esse talento especial.
O que são crianças superdotadas?
"Crianças superdotadas primeiramente são crianças e, depois, superdotadas", explica Maria Lúcia Prado Sabatella. A especialista ressalta que só quando as pessoas deixam o lado superdotado para segundo plano e se preocupam mais com a criança conseguem entender como funciona a mente de um superdotado.
"Essas crianças são iguais a todas as outras em seu desenvolvimento motor e neurológico. O que acontece é que o desenvolvimento mental é foge à sintonia das demais. Seu desenvolvimento intelectual e emocional normalmente não é compatível com a sua idade o que gera uma discrepância em relação aos seus colegas: eles podem ser muito hábeis em ciências e não se interessar pelas demais disciplinas curriculares, por exemplo, podem tirar notas baixas ou não gostar do estudo formal", afirma a especialista.
Como vivem essas crianças?
Crianças com dons especiais para aprendizagem desenvolvem quase todas as funções intelectuais em níveis diferenciados, por isso apresentam algumas diferenças de comportamento diante das outras. "Justamente por terem o desenvolvimento cognitivo, a aprendizagem e quase todas as funções intelectuais em níveis diferenciados, elas conseguem brincar como crianças comuns, mas quando vão conversar, deduzir ou chegar a conclusões, as demais crianças não as entendem e isso também acontece com os professores", diz a especialista .
Elas fazem as mesmas coisas que normalmente são adequadas a sua idade. O desenvolvimento moral, porém, é tão avançado que seus critérios e julgamentos estão além de muitos adultos. "Talvez seja por isso que não façam coisas que desafiem as leis, lesem pessoas ou desagradem os demais. Há um sentido de justiça e igualdade maior que o encontrado na maioria dos adultos". Existe uma escola especifica para essas crianças? "A escola específica para essas crianças é aquela onde devem ser respeitadas as necessidades educacionais especiais de cada uma delas, onde elas estão inseridas legalmente", diz Maria Lúcia Prado. "Essas crianças, como especiais, precisam de atenção e de cuidados educacionais adequados à sua condição."
A escola para se tornar ideal tem de atender todas as necessidades dessas crianças. "Elas precisam apresentar flexibilização curricular para as que já dominam alguns conteúdos que estão sendo abordados e adequação nas avaliações que, muitas vezes, priorizam a progressão de série."
Como e com quantos anos podemos perceber que uma criança é superdotada? Descobrir que uma criança é superdotada não é tão difícil. Os pais facilmente percebem uma grande diferença na forma que a criança se comporta e nas atitudes que ela apresenta. Os testes de QI também são uma opção, mas não são o único instrumento para esses casos.
"Os testes de QI são padronizados no Brasil para serem feitos depois dos 6 anos. Mas como é uma medida que não abrange todas as áreas da inteligência e não são feitos para mensurar a superdotação, não passam de um instrumento no meio de um processo muito mais amplo de avaliação. No INODAP estamos percebendo cada vez mais, os pais e escolas encaminharem crianças muito pequenas".
Não há idade para detectar a superdotação, mas desde os 2 anos já é possível observar as grandes diferenças apresentadas por essas crianças. "Nós preferimos que seja a partir dos 3 anos, quando a criança já está iniciando a vivência escolar e é facilmente percebido a sua diferença em relação aos demais,embora os professores ainda não vejam isso. Mas existem casos de crianças que são "diagnosticadas" antes disso, já que os pais se espantam com as diferenças apresentadas.
Algumas crianças estão sendo avaliadas com 2 anos a dois e meio, em procedimentos informais e comparativos. São conclusivos e não mudam com o passar da idade. Normalmente solicitamos que no início do ensino fundamental elas voltem para complementar áreas de avaliação incompatíveis de serem avaliadas em idade muito precoce , explica Maria Lúcia Prado.
Como os pais devem reagir diante dessa situação?
Procurar apoio e orientação de profissionais que entendam e tenham habilitação nessa área. Quanto antes estiverem informados melhor poderão entender as diferenças e necessidades de seus filho e conduzi-los adequadamente. Somente a orientação correta dará informação para saber que essa criança é normal e apenas precisa de um entendimento mais correto.
Como crianças superdotadas precisam ser tratadas?
Não existe nenhum tratamento clinico já que não estamos falamos de uma doença, como explica Maria Lúcia Prado. "O tratamento clínico não é necessário nem é adequado. Superdotados precisam apenas conhecer seu potencial e sua condição particular intelectual. Não necessitam de tratamento, pois é uma condição do indivíduo, e não uma patologia".
A falta de informação pode causar problemas?
Normalmente, o desconhecimento da superdotação gera indivíduos insatisfeitos, inseguros, desestimulados com a escola, ou que desistem dessa parte acadêmica, além de outros problemas, como explica a especialista. "Crianças superdotadas que não possuem as informações necessárias para entender o seu lado diferente se transformam em crianças frustradas por não encontrarem desafios compatíveis com sua inteligência e podem ser vistas como desatentas, dispersivas, desmotivadas e, principalmente nos dias de hoje, como portadores de transtornos. O mais comum é o TDAH o transtorno de déficit de atenção com hiperatividade"
O maior problema é que muitas dessas mentes brilhantes têm sido tratadas com medicação do modismo atual. "O que acontece é que inúmeros comportamentos do indivíduo hiperativo são semelhantes a características comportamentais do superdotado. Não há exame clínico para diagnosticar um hiperativo e isso é feito por check list. Como os médicos ou neurologistas não conhecem a superdotação, estão medicando todos os que se enquadram na lista de comportamentos". .
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